
Foram encontrados na ilha de Pinzón, nas Galápagos, os primeiros juvenis de tartaruga-gigante em mais de 100 anos. A subespécie de tartaruga-gigante que só habita aquela ilha voltou a reproduzir-se no seu habitat natural dois anos depois da erradicação das ratazanas introduzidas pelos humanos. Filipa Alves (23-01-2015)
A descoberta dos exemplares mini de tartaruga-gigante aconteceu durante o mais recente censo da subespécie na ilha, levado a cabo pela Galapagos Conservancy em dezembro passado.
O levantamento da população de tartaruga-gigante da ilha tinha como objetivo perceber se o enorme réptil era capaz de, por si só, recuperar após a eliminação da principal ameaça à sua sobrevivência, as ratazanas (Rattus rattus e Rattus norvegicus) exóticas.
É que as ratazanas introduzidas no final do século XIX pelo Homem, revelaram-se vorazes predadores dos ovos e das tartarugas recém-eclodidas impedido a renovação da população. O número de animais foi diminuindo a passos largos fazendo aproximar a espécie da extinção de tal forma que esta subespécie foi a pioneira do programa de reprodução em cativeiro das tartarugas-gigantes das Galápagos, em 1965.
Desde então, a população de tartarugas de Pinzón foi sendo reforçada com animais nascidos no Centro de Reprodução e Criação de Tartarugas localizado na ilha de Santa Cruz e que, com cinco anos, já eram suficientemente grandes para escapar ao apetite das ratazanas.
No entanto, o repovoamento era apenas uma solução provisória para o problema dos danos causados pelas ratazanas invasoras, que não se limitavam à predação dos ovos e juvenis de tartaruga-gigante, mas também de várias aves.
Deste modo, nos anos 1980 começaram os esforços de controlo das populações de ratos nas Galápagos, tendo em 1988 sido feita uma primeira tentativa de erradicação, sem sucesso, na ilha de Pinzón. Desde então foram sendo realizadas múltiplas experiências de desratização em ilhéus e ilhas cada vez maiores, tendo as metodologias sido paulatinamente alvo de melhorias.
Até que, em 2012 depois de vários casos de sucesso em ilhas de diferentes dimensões, se levou a cabo uma nova tentativa de desratização da ilha de Pinzón. Aquela que foi a primeira operação realizada numa ilha tão grande envolveu o lançamento de 40 toneladas de isco envenenado para ratos a partir de helicóptero.
O esforço valeu a pena, revelam os resultados do censo levado a cabo no fim de 2014: “Encontrámos 10 tartarugas recém-eclodidas, disse o investigador James Gibbs, que fez parte da equipa que levou cabo o levantamento populacional, ao The Dodo.
No blog da Galapagos Conservancy, onde o investigador da State University of New York dá conta dos pormenores do censo, James Gibbs explica a relevância da descoberta: “Este novo conjunto de 'pequenotes' é um dos resultados mais importantes da campanha de erradicação das ratazanas, uma prova concreta que com dedicação, trabalho árduo, apoio e coração os esforços de conservação podem resultar em mudanças positivas”.
Além dos 10 juvenis encontrados durante o curto trabalho de prospeção do censo, que leva a estimar que o total de animais desta faixa etária ronde os 100 indivíduos, os investigadores contabilizaram o número de adultos. No total, foram contadas 300 tartarugas-gigantes, pelo que a população deve superar os 500 indivíduos, o triplo dos animais que sobreviviam na ilha quando, em 1959, o Parque Nacional das Galápagos foi criado.
Fontes: The Guardian, Galapagos Conservancy, The Dodo
A descoberta dos exemplares mini de tartaruga-gigante aconteceu durante o mais recente censo da subespécie na ilha, levado a cabo pela Galapagos Conservancy em dezembro passado.
O levantamento da população de tartaruga-gigante da ilha tinha como objetivo perceber se o enorme réptil era capaz de, por si só, recuperar após a eliminação da principal ameaça à sua sobrevivência, as ratazanas (Rattus rattus e Rattus norvegicus) exóticas.
É que as ratazanas introduzidas no final do século XIX pelo Homem, revelaram-se vorazes predadores dos ovos e das tartarugas recém-eclodidas impedido a renovação da população. O número de animais foi diminuindo a passos largos fazendo aproximar a espécie da extinção de tal forma que esta subespécie foi a pioneira do programa de reprodução em cativeiro das tartarugas-gigantes das Galápagos, em 1965.
Desde então, a população de tartarugas de Pinzón foi sendo reforçada com animais nascidos no Centro de Reprodução e Criação de Tartarugas localizado na ilha de Santa Cruz e que, com cinco anos, já eram suficientemente grandes para escapar ao apetite das ratazanas.
No entanto, o repovoamento era apenas uma solução provisória para o problema dos danos causados pelas ratazanas invasoras, que não se limitavam à predação dos ovos e juvenis de tartaruga-gigante, mas também de várias aves.
Deste modo, nos anos 1980 começaram os esforços de controlo das populações de ratos nas Galápagos, tendo em 1988 sido feita uma primeira tentativa de erradicação, sem sucesso, na ilha de Pinzón. Desde então foram sendo realizadas múltiplas experiências de desratização em ilhéus e ilhas cada vez maiores, tendo as metodologias sido paulatinamente alvo de melhorias.
Até que, em 2012 depois de vários casos de sucesso em ilhas de diferentes dimensões, se levou a cabo uma nova tentativa de desratização da ilha de Pinzón. Aquela que foi a primeira operação realizada numa ilha tão grande envolveu o lançamento de 40 toneladas de isco envenenado para ratos a partir de helicóptero.
O esforço valeu a pena, revelam os resultados do censo levado a cabo no fim de 2014: “Encontrámos 10 tartarugas recém-eclodidas, disse o investigador James Gibbs, que fez parte da equipa que levou cabo o levantamento populacional, ao The Dodo.
No blog da Galapagos Conservancy, onde o investigador da State University of New York dá conta dos pormenores do censo, James Gibbs explica a relevância da descoberta: “Este novo conjunto de 'pequenotes' é um dos resultados mais importantes da campanha de erradicação das ratazanas, uma prova concreta que com dedicação, trabalho árduo, apoio e coração os esforços de conservação podem resultar em mudanças positivas”.
Além dos 10 juvenis encontrados durante o curto trabalho de prospeção do censo, que leva a estimar que o total de animais desta faixa etária ronde os 100 indivíduos, os investigadores contabilizaram o número de adultos. No total, foram contadas 300 tartarugas-gigantes, pelo que a população deve superar os 500 indivíduos, o triplo dos animais que sobreviviam na ilha quando, em 1959, o Parque Nacional das Galápagos foi criado.
Fontes: The Guardian, Galapagos Conservancy, The Dodo